Tuesday, December 28, 2010

Projecto NDM STP 2010


É difícil passar para o papel o que vivemos e sentimos sempre que o tema é Nô Djunta Mon. E talvez as melhores palavras sejam crescimento e partilha.
Assim que pisámos África sentimos o calor humano e a intensidade de sentimentos que nos esperavam ao longo de 2 meses.


Fomos recebidas de braços abertos e com um sorriso contagiante de orelha a orelha pelo nosso Pastor Francisco, um verdadeiro “Pai” durante todo o projecto. E depois de uma semana de pura adaptação à cidade de S.Tomé, e quando nos começávamos a sentir em casa… era hora de mudar. Voámos com destino ao Príncipe, e aqui vivemos 3 semanas num verdadeiro Príncipe (paraíso) encantado, que para além de um verde e azul invejáveis, é habitado por um povo rico de valores e sentimentos. Os abraços e sorrisos sinceros das crianças, o cuidado e amizade do nosso “Pastor “ Salvador e da sua família, o conforto dos amigos que fizemos …. tudo isto tornou a despedida (ainda) mais dolorosa.


Após estas 3 semanas e de regresso ao Riboque, sentíamos falta do nosso Príncipe, mas uma vontade e motivação grandes de continuar este projecto. E se trabalhar com crianças nos tocou e emocionou, trabalhar com jovens foi gratificante. E foram sem dúvida duas semanas de partilha e crescimento mútuos, onde a amizade e a disponibilidade dos jovens formandos nos fizeram sentir em casa e nos encheram de fôlego para continuar.


E ao fim destas duas semanas, um mês tinha passado a voar. E chegava a hora de conhecer os nossos jovens da Roça de Água Izé. E se naquele momento nos víamos pela primeira vez, a sensação era de que nos conhecíamos de uma vida. Foram 2 semanas únicas. As formações foram verdadeiras lições de vida, sempre acompanhadas por cânticos que nos transmitiam alegria e nos ficaram no ouvido e no coração. Os formandos foram verdadeiros exemplos de esperança e de amizade. Os serões em família foram reconfortantes e fizeram-nos, por momentos, esquecer que estávamos longe. Aqui sentimos o que era África. O calor humano, a energia (boa) destes jovens, a sua garra e esperança, faziam-nos sentir que tudo ali valia a pena. O verdadeiro sentido da vida estava ali, à nossa disposição, e de graça. E naturalmente aprendemos a reformular prioridades. E a falta de água, de electricidade e (por vezes de comida) passou a ser relativa. E os nossos novos “amigos” rastejantes, os roedores nocturnos e o teimoso “bichô” passaram a fazer parte do nosso dia-a-dia. Foram duas semanas que nos marcaram para a vida!


Ao fim de 2 meses era hora de regressar. Na bagagem trouxemos muitas dúvidas, mas também uma grande certeza: apesar de um trabalho carente de continuidade, o sentimento é de “missão cumprida”. E isso deixa-nos orgulhosas e satisfeitas por termos feito parte de todo este processo.

Obrigada ISU!!