Tuesday, September 7, 2010

Finalmente chegámos a "casa", Cassacá!

Finalmente chegámos a "casa", Cassacá, depois de 8 horas de caminho, três das quais em terra batida dizendo adeus a todos os que gritatavam foté foté (branco em Sussu). Cassacá é uma pequena tabanca com apenas uma rua. O desafio de estarmos dois meses num sítio assim, sem estimulos exteriores a que estavamos habituadas é grande. O receio inicial dilui-se nas descobertas diárias que vamos fazendo, vamos ficando fascinadas pela nossa única rua, pelas pessoas, pelo amor que se sente em Cassacá. Os três quilometros que fazemos para ir ao pão tornaram-se uma nova aventura, todos os dias conhecemos uma nova história, vemos animais a nascer, desviamo-nos do dlim dlom das bicicletas, ouvimos a alegria na voz das pessoas que no cumprimentam triplamente: "bom dia, bom dia, bom dia. Kuma, Kuma, kuma, kuma di familia, kuma di trabalho, kuma di kurpu...". A ida à boleia, com um dos formandos, descalças com lama até ao joelho em risco eminente de escorregar e cair, atravessando a floresta com chuva e trovoada, a mistura foi deslumbrante. A tão desejada ida à praia revelou-se uma surpresa. Depois de 3 horas a andar, 4 horas à espera que a maré subisse para podermos tormar banho, o máximo que conseguimos foi molhar as perninhas vestidas naquilo em que em Portugal chamariamos de lagoa. Tudo para nós é surreal mas agora já damos por nós naturalmente sentadas no Lumo (mercado semanal), à espera que a chuva passe ou sentados em casa com visitas caladas, simplesmente estamos... A loucura do nosso dia-a-dia passa pela formação, do djumbai com os formandos, o ir buscar água ao poço, o tici cabelo, a "luta" com os morcegos na cozinha e o gozo das crianças que nos rodeiam. A ida à televisão comunitária para ver a novela da Guiné Conacri em Sussu, vendo os milhares de pirilampos com as crianças a vibrarem para nós irmos compensam as famosas picadelas dos mosquitos de Cassacá.
Depois destas três curtas semanas fomos a Gabú, e sentimos um aperto no coração ao nos despedirmos da nossa já querida rua...

beiijinhos
Filipa
Carla
Xana
Sónia
NDM Cacine 2010

6 comments:

Ana Cansado said...

Que bom! Deve ser um povo maravilhoso para vos fazer sentir em casa em tão pouco tempo. Espero que a formação esteja a correr bem. Obrigada por partilharem a vossa experiência. Quase senti o cheiro a terra molhada desse vosso passeio pela floresta. Muitas saudades de todas. Beijos! Feliz Aniversário Filipa

Ao Cabo e ao Verde said...

Mil mantenhas pa nô Guiné, genuína, simples, bela...xaninha!oroiôôô! No sta djunto. O que estão a viver já ninguém vos tira...

Anonymous said...

Grupo!
Essa descrição da vossa experiência está marvilhosa! eu que não estive na guiné... consegui sentir a guiné! a vossa guiné, aquela que estão a viver!
aproveitem... vivam e experimentem! parabens a todas!

Beijos
Maria *

Áqui-o-químico said...

Subscrevo completamente as palavras anteriores e acrescento que é TAL E QUAL! Parabéns e obrigado pela partilha. Sabemos que nem sempre é fácil haver espaço, mental, temporal, nem logístico para isso.

Unknown said...

Sentimos a Guiné e a vivência Nô Djunta Mon!
Obrigada,
beijinhos

Marta said...

...CANTAM AS NOSSAS ALMAS...
PARA A MENINA ABELHA,
UMA SALVA DE PALMAS!

AAAAAAMIGA,
MUITAS FELICIDADES
E MUITOS ANOS DE VIDA!!!

MANTENHAS I CORAGEM PA TUDU GRUPO I NÔ GUINÉ