Friday, October 8, 2010

1ª Formação… check!!!


Djamtum,


Chegámos ao fim da nossa estadia em Gabú. Agora que nos começámos a familiarizar com o local, iremos partir para uma nova aventura. Um certo saudosismo começa a instalar-se…
O trabalho deu outro sentido à nossa experiência. Apesar de todos os constrangimentos, conseguimos sentir a utilidade e pertinência da nossa formação na vida destas pessoas. O que estamos a fazer é uma ínfima gota num oceano imenso, mas acreditamos que poderá fazer a diferença. O que nos conforta é a reflexão que os nossos formandos têm feito acerca das suas capacidades e potencialidades, o que os ajuda a sonhar. Sentem-se mais motivados, mais valorizados, mais capazes e nós sentimo-nos gratos por ter alguma influência neste processo. Ao incluírem-nos nos seus processos, incluíram-nos também nas suas vidas. Nô Djunta Mon! Isso tem feito toda a diferença, especialmente nesta África tão diferente daquela que imaginámos.


Estamos no interior da Guiné-Bissau, com um calor abrasador, sem mar, em período de Ramadão e com tudo o que isso implica: rezas que saem dos altifalantes vindos da mesquita e que despertam toda a comunidade (incluindo nós!) às 5h da manhã, o jejum dos nossos formandos, o fecho das discotecas, a proibição de toda e qualquer manifestação de euforismo, entusiasmo e alegria… resta-nos a experiência genuína de estar e sentir esta realidade!
É neste contexto que nos sentimos a mudar: a Mariana já mata bichos em massa e curte “o seu paludismo”, a Rute para surpresa de muitos virou doméstica e tem-se mantido calma e saudável (foi a única que ainda não adoeceu), a Paula já não ama todas as crianças do mundo e já não espasma a rir (a cena da coordenação deve ter-lhe subido à cabeça) e o João desenvolveu uma estranha e controversa amizade pelo Zefir (um galo que noutras circunstâncias já tinha marchado!). E mesmo nestas circunstâncias descobrimos a Chefra que há em nós!


A próxima paragem é Cuntuboel, um local que tene tudo pabo (Ina sibidu).


Até más,


Beijinhos, abraços e muitas saudades,
João Pedro
Mariana Paula
Paula Cristina
Rute Isabel


NDM10 Gabú e Contuboel

Wednesday, October 6, 2010

Notícias do grupo de Cassacaaaaaaaaaa!!!!!! :)))))




A alguns dias de regresso a Portugal levamos connosco a certeza de missão cumprida, uma aprendizagem de partilha de coração para coração, a força de um grupo, a tristeza da despedida, as saudades e o carinho de quem nos acompanhou e tanta força e alegria nos deu. Deixámos para trás dois meses de convívio, sabedoria, simplicidade, sinceridade, disponibilidade, djumbai na nossa querida rua...Aprendemos a estar por estar, a esperar sem esperar, a verdadeira essência do djumbai, o dar sem o intuito de receber nada em troca, a partilha de experiências e o sentimento de pertença.
Fomos sendo presenteadas de diversas maneiras ao longo destes 70 dias, desde as campanhas de sensibilização , com o grupo de crianças de Cassaca, o empenho dos nosso formandos, a dedicação dos professores facilitadores, enfim foi uma grande lição! A força da Elizabete, o profissionalismo do Justino e a boa disposição do Domingos contribuiram para que Cassaca ficasse para sempre nos nossos corações. Nunca se esqueceram de nós, compreendendo sempre o esforço que é estarmos dois meses longe da nossa terra e das pessoas que gostamos. SEmpre tiveram uma palavra amiga! As festas de aniversário surpresa, o último dia de formação e a despedida foram alguns dos momentos marcantes que nos fizeram sentir parte integrante da comunidade e esquecer as adversidades que passámos!
Despedida ka sabi, foi o sentimento ao sairmos da nossa querida rua...


até breve,
beijinhos

Xana
Carla
Sónia
Filipa

NDM Cacine 2010

Chegámos a Bissau, finalmente em África!


Chegámos a Bissau, finalmente em África. Calor, humidade, chuva, confusão, falta de luz e 8 voluntarios cheios de expectativas! Fomos apanhados de surpresa, entre missas, tchoro, casamento, mercado do Bandim, cheiros diferentes, novos sabores, mosquitos, dança, música, futebol descalço à chuva, trovoadas, toca-toca, a escolha dos panos, o costureiro, os táxis, os caminhos e os djugudés...
Agora uma constante descoberta, o recomeço e a continuidade!
Passados 4 dias, cada grupo seguiu o seu caminho, partimos de Bissau às 10h e chegámos às 19h, finalmente na "nossa" casa. Uma viagem cheia de estímulos, de paisagens, de mantenhas, sorrisos e emoções à flor da pele. Depois de 5 horas de estrada batida chegámos a Cassacá! A casa que inicialmente idealizamos azul, é na verdade verde. A cor da esperança! Esperança para uma nova aventura... O carinho com que fomos recebidas é impossivel de descrever!

Finalmente estamos em casa. 4 Fotés (branco em sussu), 3kg de esperança, 2 meses e 1 rua...


Beijinhos,
Sónia
Xana
Carla
Filipa

NDM Cacine10

Tuesday, September 7, 2010

Finalmente chegámos a "casa", Cassacá!

Finalmente chegámos a "casa", Cassacá, depois de 8 horas de caminho, três das quais em terra batida dizendo adeus a todos os que gritatavam foté foté (branco em Sussu). Cassacá é uma pequena tabanca com apenas uma rua. O desafio de estarmos dois meses num sítio assim, sem estimulos exteriores a que estavamos habituadas é grande. O receio inicial dilui-se nas descobertas diárias que vamos fazendo, vamos ficando fascinadas pela nossa única rua, pelas pessoas, pelo amor que se sente em Cassacá. Os três quilometros que fazemos para ir ao pão tornaram-se uma nova aventura, todos os dias conhecemos uma nova história, vemos animais a nascer, desviamo-nos do dlim dlom das bicicletas, ouvimos a alegria na voz das pessoas que no cumprimentam triplamente: "bom dia, bom dia, bom dia. Kuma, Kuma, kuma, kuma di familia, kuma di trabalho, kuma di kurpu...". A ida à boleia, com um dos formandos, descalças com lama até ao joelho em risco eminente de escorregar e cair, atravessando a floresta com chuva e trovoada, a mistura foi deslumbrante. A tão desejada ida à praia revelou-se uma surpresa. Depois de 3 horas a andar, 4 horas à espera que a maré subisse para podermos tormar banho, o máximo que conseguimos foi molhar as perninhas vestidas naquilo em que em Portugal chamariamos de lagoa. Tudo para nós é surreal mas agora já damos por nós naturalmente sentadas no Lumo (mercado semanal), à espera que a chuva passe ou sentados em casa com visitas caladas, simplesmente estamos... A loucura do nosso dia-a-dia passa pela formação, do djumbai com os formandos, o ir buscar água ao poço, o tici cabelo, a "luta" com os morcegos na cozinha e o gozo das crianças que nos rodeiam. A ida à televisão comunitária para ver a novela da Guiné Conacri em Sussu, vendo os milhares de pirilampos com as crianças a vibrarem para nós irmos compensam as famosas picadelas dos mosquitos de Cassacá.
Depois destas três curtas semanas fomos a Gabú, e sentimos um aperto no coração ao nos despedirmos da nossa já querida rua...

beiijinhos
Filipa
Carla
Xana
Sónia
NDM Cacine 2010

Thursday, September 2, 2010

A chegada...

“Bom dia ô!! :) Como? Por aqui leve-leve...

A primeira semana em São Tomé foi de pura adaptação à confusão da cidade, às motas e carros que andam desregradamente por toda a cidade, às torneiras que não deitam pinga de água (abençoadas toalhitas!), ao novo amigo inseparável sabão azul e branco (que lava loiça, roupa e tudo o mais que precise de ser lavado :P), aos piropos que recebemos em todo o lado por onde passamos e às crianças que gritam "branca" sempre que nos vêem passar.

Reconhecemos de imediato a casa que nos iria acolher. As reacções foram diversas, mas ao fim de dois dias já nos sentiamos em casa.

Fomos muito bem recebidas pelo Pastor Francisco e a nossa nova amiga Julieta que nos preparou as duas primeiras refeições e percebemos de imediato que a banana iria ser o ingrediente predominante das nossas refeições! (seja ela cozida, frita, assada ou crua).
Como planeado nesta primeira semana realizámos os primeiros contactos com os parceiros do projecto e ainda com a Embaixada e o Ministério da Educação. Tanto com o Instituto da Juventude como com o grupo da Roça, estão confirmadas as datas, os participantes e horários.
Assistimos ao nosso primeiro culto, fomos apresentadas à comunidade e muito bem recebidas :) ´

Fizemos uma visitinha à casa da sopa de São Tomé e conhecemos a famosa Lili, que nos acompanhou na nossa primeira ida ao mercado e nos ensinou a regatear os preços!”

O “Paraíso do Príncipe”...

Ao fim de uma semana, já ambientadas e já ouvindo o nosso nome ao subir o Bairro do Riboque, tivemos que deixar São Tomé com destino ao paraíso do Príncipe. A viagem na mini mini mini avioneta foi um tanto ou quanto emocionante... e com uma vista que compensava as turbulências!

Chegadas sãs e salvas ao Príncipe, a recepção foi com muita animação africana pois apanhámos a época das eleições. Estava à nossa espera o Pastor Salvador. Um senhor muito querido com quase 90 anos (vá 80 :P), que como não podia deixar de ser, possui um ritmo ainda mais leve-leve, o que também se verifica na cidade de Santo António que é bastante pequenina, calma e bonita.”

Alojamento...

“Uma casa vazia, com um colchão, uma mesa, água nas torneiras, luz só à noite e até uma determinada hora e um fogãozinho a petróleo. Tomámos o nosso primeiro banho e lavámos o cabelo ao fim de 7 dias!!! Yupiiiiii :)”

Primeira semana de trabalho...

“Iniciámos o nosso trabalho na Casa da Sopa na 2ªfeira, dia 26 de Julho. Estamos a trabalhar com duas animadoras (a D.Esperança e a D.Argentina) e temos a ajuda da D.Maria (cozinheira). A nossa principal dificuldade foi (e continua a ser) a comunicação.”
“Temos cerca de 30 crianças por dia e cinco jovens que nos ajudam de forma irregular a dinamizar as actividades e alguns jogos, estamos a tentar envolvê-los nas actividades e vamos tentando dia-a-dia adaptar-nos a encontrar o melhor caminho para alcançar os nossos objectivos. (...) Tem sido um grande desafio!”

“Iniciámos esta semana com o objectivo de "congelar" as histórias, pois sentimos que estavam a tornar-se repetitivas (e até mesmo maçadoras).No entanto, as animadoras diariamente sugeriram que fosse contada uma história. Tentámos sempre valorizar esta iniciativa, dando-lhes espaço para as contarem, e fomos tentando introduzir novas actividades: fazerfantoches; realizar jogos que fossem de encontro aos valores trabalhados nas histórias; iniciámos a construção de um jogo de tabuleiro gigante no qual tentámos envolver as crianças e as animadoras para que o sentissem como seu; pintura de pedras e conchas;desenhos, entre outros...”
“Hoje (sexta feira), sentimos o gostinho de mais uma pequena grande vitória, ao termos conseguido que uma das animadoras dinamizasse uma actividade após ter feito referência a uma história: a animadora pediu às crianças que fizessem um desenho, sugerindo o que deveriam desenhar e até distribuiu as folhas para que o fizessem :))))”
“Na terça feira fomos convidadas para o programa em directo "Café daManhã" da Rádio Regional do Príncipe onde apresentámos o ISU, oProjecto NDM 2010 no geral, e ainda, e mais especificamente, o projecto aqui na Casa da Sopa do Príncipe. Foi uma experiência muito engraçada e ficámos disponíveis para lá voltar (...)”
Beijinhos! Tchauê!Cristel, Marta e Marlene!

Tuesday, August 17, 2010

Um dia aprendo o verdadeiro significado da palavra partilha. Hoje é o dia.



É dia de Nô Djunta Mon. É dia de partilha, de crescimento, de fogo…
Fogo… Talvez seja mesmo esta a palavra que melhor descreve esta nossa experiência pela Ilha do Fogo, Cabo Verde.

Quinze dias depois, descer a rua de Patim já é quase uma aventura. Tudo porque aqui a gente é mesmo de fogo. Fogo de abraço. Fogo de contacto humano. Aqui cumprimentar as pessoas rapidamente se tornou uma necessidade, uma necessidade que já havíamos perdido no tempo…

Tempo… aqui o tempo não é compasso, mas só de encontro. Encontro da comunidade. Encontro do grupo. Encontro em nós. Nós que nos definimos no entrelaçar dos dias, que passam a contratempo. Resta-nos continuar a esquecer o tempo e ser, apenas ser.

A equipa Nô Djunta Mon 2010 – ISU Viseu,

Cristiana Pina
Dália Pereira
Francisca Valente
Mariana Rei
Rita Ferreira
Sara Rodrigues

Tuesday, August 10, 2010

“Melhor que ontem… pior que amanhã!!!”




Salam aleikum!



Estamos há uma semana em território fula tentando adaptarmo-nos a uma realidade completamente diferente daquela que conhecemos! Não tem sido fácil! Tudo é diferente… as pessoas, a cultura, os sons, os cheiros, a língua… mas a cada passo vamos descobrindo um mundo paralelo ao nosso.
Depois de uma semana confusa marcada por uma vivência interna muito intensa, na qual descobrimos partes de nós que desconhecíamos até então, o Nô Djunta Mon ganha outro sentido. Iniciámos hoje a nossa formação e sentimos que o pilar do “Trabalho” alicerça e estrutura a nossa experiência. Os nossos formandos fizeram-nos sentir que vale a pena estar aqui, que somos úteis e desejados e que a formação por nós construída é pertinente e vai de encontro às suas necessidades.
Se por vezes um de nós se sente perdido no seu processo, cedo se encontra no grupo que se tem mostrado preocupado, consistente e único naquilo que o caracteriza: uma manta de retalhos bem costurada.
Estamos a ser muito bem acolhidos. É notório o esforço constante da comunidade e do parceiro em fazer-nos sentir em casa.
Estamos bem e como se diz por aqui “ééé bom!”.


Té más



João Pedro
Mariana Paula
Paula Cristina
Rute Isabel